Yalom, Irvin D. 1ª ed. Agir, 2013
Tradução: Maria Helena Rouanet
400 páginas
Título original: The Spinoza problen
A história do filósofo judeu que influenciou uma das maiores mentes nazistas.
Yalom é um terapeuta e psiquiatra que escreveu vários livros, entre eles alguns se utilizam dos filósofos como Niestzsche e Schopenhauer e agora Espinosa para nos ajudar a compreender a mente e o psiquismo do ser humano, além de proporcionar através de uma leitura gostosa uma introdução a estes que são considerados grandes filósofos e para muitos difíceis de compreender ao se ler os livros que eles mesmos escreveram.
Neste aqui é Espinosa, o filósofo judeu holandês que é mais conhecido pela sua excomunhão do que pela sua filosofia, até porque ler A Ética não é tarefa fácil. Yalom desejava escrever sobre ele mas não encontrava a maneira de fazê-lo até que foi à Holanda e visitou o museu do filósofo, com a esperança de encontrar lá algo que pudesse lhe permitir escrever sobre ele, mas foi ao ouvir seus acompanhantes falarem sobre o problema de Espinosa e sobre o nazismo que ele acabou encontrando seu material para a escrita.
Soube nesta ocasião que a ERR, a força tarefa nazista que se incumbiu de saquear as obras de arte para o Reich havia ido lá especialmente para pegar os livros de Espinosa. Yalom então recria esta história misturando história e ficção, e tentando imaginar porque Alfred Rosenberg, que chefiava a ERR poderia querer estes livros e qual era o problema.
Trabalhando com dois tempos, o de Espinosa no ano de 1656 e com Alfred no tempo antes e durante a Segunda Guerra Mundial ele traça um panorama da história dos judeus e também do racismo e antissemitismo, além da filosofia de Espinosa que neste livro se torna acessível.
Yalom vai além pois é um psiquiatra, e tenta desvendar a mente e o psiquismo destas duas figuras históricas, e para isto cria dois personagens fictícios, Franco no caso de Espinosa e Friedrich Pfister para Alfred.
Um livro que recomendo a leitura.
Irving D. Yalom nasceu em 1931 em Washington D.C. Filho de imigrantes russos formou-se em psiquiatria há 47 anos em Stanford.
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