Erdal, Jennie. 1ª ed. Bertrand Brasil, 2015
378 páginas
Tradução: Pierre Menard
Título Original: The missing shade of blue
O enredo é simples. Edgar viaja para Edimburgo para fazer uma trabalho de tradução dos manuscritos do filósofo David Hume. Ao chegar lá ele conhece por acaso o filósofo Harry Sanderson que é casado com uma pintora, Carrie. A partir daí tudo muda para Edgar a começar do seu jeito de viver que é programado e sistemático até um mergulho em seu passado.
Edgar passou por um colapso nervoso na Universidade e desde então procura se manter longe de emoções e da desordem, mas Sanderson é o oposto, anárquico, paranoico e está passando por uma crise autodestrutiva. O encontro destes dois é o que há de brilhante no livro, principalmente Sanderson que irá questionar o que é ser feliz? se a felicidade existe?
Será diante das atitudes, comportamento e do que diz Sanderson que Edgar terá que enfrentar seus próprios conflitos. Ele é mais velho e mais vivido que Edgar e traz toda uma gama de experiência de vida que traz para o real o que costumamos romancear, transformar em ficção ou algo belo, na tentativa de não se confrontar com a velhice, com as frustrações, com as perdas e faltas. Sanderson revela como nos valemos de consolos e da imaginação para escapar ao real da vida.
O final deixa claro que o "vivemos felizes para sempre" é algo ilusório, mas ao chegar ao fim do livro percebemos em nós mesmos como torcemos para que isto aconteça, como desejamos continuar dentro deste imaginário. O quanto estamos sempre criando o tom ausente de azul.
Recomendo!
Jennie Erdal é uma escritora escocesa
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