Direção: Raymond Depardon - 2013
Duração: 83 min
País: França
Durante 06 anos Raymond Depardon observou os agricultores nas montanhas da França - L'Ariège, La Lozère, La Haute-Loire e La Haute-Saône - criando um laço com eles que permitiu que os filmasse em seu dia a dia. Este é o terceiro filme sobre os agricultores. Então embarcamos com ele no filme.
Tem dois irmãos, Marcel (88 anos) e Raymond (83anos), cujo sobrinho acaba de finalmente se casar. Ela se chama Cécile, veio de Pas-de-Calais, e tem conceitos sobre como cuidar de uma casa que não são exatamente os mesmos que os dois tios idosos, que nunca se casaram. Há um conflito de gerações. O mais idoso não aceita que alguém não lhe obedeça. Os tios se ressentem por não conseguirem mais administrar a fazenda como antes, mas eles mantém seus hábitos, sua forma de fazer as coisas.
Conhecemos também Amandine que é jovem e quer continuar com esta vida, mas as dificuldades surgem, financeiras, com seu marido. Ela também se coloca a questão sobre ter uma profissão. Acabará desistindo.
Chegamos a outra fazenda onde o filho, Daniel, teve que assumir a fazenda, mas ele não gosta, não é feliz assim, prefere fazer pequenos serviços nas redondezas.
A vida tradicional nestas fazendas tem seus dias contados, podem até continuar, mas haverá mudanças. Eu lamento que a modernização, a industrialização, a produção em escala venha destruindo tudo isto. Ainda resta uma esperança de uma conscientização para uma vida mais orgânica, ecológica. Troquei uma capital por uma cidade menor onde ainda existem as pequenas fazendas produtoras de produtos locais, onde se faz o queijo, onde há leite puro da vaca, onde se faz o vinho, a manteiga, a nata. E tudo isto é maravilhoso, além de saboroso e muito mais saudável.
Os filhos envoltos no que a sociedade impõe querem sair dali, querem ter uma profissão, trabalhar em cidades grandes, o capitalismo vence este round. Mas eu torço para que ainda haja mudanças, e se por um lado haja algumas modernizações, por outro não se perca as características antigas e mantenha a produção em pequena escala, caseira.
Que este filme não seja um registro do que foi, mas um incentivo a que as pessoas reflitam sobre a vida moderna que levam atualmente.
Raymond Depardon nasceu em 1942 em Villefranche-sur-Saône, França. Quando tinha 16 anos ele deixou a fazenda de seus pais para correr o mundo como fotográfo. Nos anos 70 passa a filmar fazendo filmes excpecionais de um asilo italiano, um hospital, um tribunal francês e de uma vila africana.
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