Direção: Hans W. Geissendörfer - 1982
Duração: 153 min.
Título original: Der Zauberberg
País: Alemanha
Baseado no romance homônimo de Thomas Mann
Não é tarefa fácil filmar um livro tão denso e repleto de diálogos como A Montanha Mágica. Realmente, apesar do filme conseguir condensar o livro com suas principais passagens, ainda assim a riqueza dos diálogos, do amadurecimento de Hans Castorp não é captado em sua plenitude no filme, o que não faz com que o mesmo tenha menos mérito e deve ser assistido.
Hans Castorp (Christoph Eichhorn) é um jovem que acaba de se formar em engenharia e antes de assumir seu novo posto vai visitar seu primo que está internado em um sanatório em Davos. Joachim (Alexander Ziemben) tem tuberculose e está em tratamento, já em recuperação e não vê o momento de poder voltar para a Alemanha e ser um oficial no exército. Castorp vai para ficar três semanas, mas irá ficar sete anos.
No filme sentimos a falta dos diálogos entre os dois primos, que são muito enriquecedores, seus passeios pela montanha e pela vila. Castorp irá conhecer Settembrini (Flavio Bucci) um humanista e idealista que muito lhe ensinará, mas não será apenas ele, temos também Naphta (Charles Aznavour) um jesuíta revolucionário e Peperkorn (Rod Steiger).
Ele adoecerá, e conhecerá o amor, apaixonando-se por Clawdia Chauchat (Marie France Pisier), a sexualidade, verá a morte de frente, mas ao mesmo tempo ele se isola do mundo ali. Aos poucos ele formará seus próprios pontos de vista e terá uma nova percepção do tempo, de sua passagem, muito diferente do que se estivesse na cidade onde vivia. Afinal o que é o tempo lá em cima? o sentimos passar? ou não?
Os diversos personagens encarnam as várias ideologias do momento, um pouco antes da Primeira Guerra Mundial e as psicologias do ser humano deste contexto. Por outro lado há um questionamento sobre o que é a doença, sobre o corpo e a somatização. De como muitas vezes desejamos esta doença, o que ela pode nos trazer que não percebemos ou não queremos admitir.
No final estoura a primeira guerra, todos devem deixar o sanatório, exceto os muito doentes.
Para quem já leu o livro é interessante ver o livro no filme, os lugares, os personagens, tudo que imaginamos e criamos na mente durante a leitura. Para quem ainda não leu o livro o melhor é lê-lo para ter acesso a todos os diálogos que são riquíssimos e que no filme seria muito longo e difícil de colocar.
Hans W. Geissendorfer nasceu em 1941 em Augsburg, é um diretor alemão
Excelente comentário!
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