Direção: Jorge Algora - 2013
Duração: 95 min
Título original: Inevitable
Baseado numa peça de teatro de Mario Diament
Nas ruas de Santiago de Compostela uma mulher caminha com lágrimas nos olhos. Na mesma rua caminha um homem e que quando a vê algo nele se anuncia. Ela também, mas ao invés dele lhe oferecer o lenço e ela olhar para ele, nada disto acontece e cada um segue seu caminho, mas aquele momento ficará para sempre na vida dos dois.
Há coisas na vida que são inevitáveis, como o amor, a morte, as crises pelas quais passamos, os encontros e desencontros, os acasos que nunca são por acaso fazendo parecer que o destino trama seus fios, e mesmo que leve anos esses fios se cruzam novamente. E há coisas que sempre retornam, como o verdadeiro amor.
Fábian (Darío Grandinetti) é um executivo de um banco casado com Mariela (Carolina Peleritti) com quem tem uma filha. Logo no início vemos um mundo capitalista onde o presidente do banco diz que ali eles são como um galinheiro, que os que estão mais alto no poleiro sujam os que estão embaixo. Um dos executivos é chamado após a reunião à sala do presidente, ele e Fábian se conhecem há 20 anos, mas nunca foram amigos, antes de ir ele pede para falar com Fábian que lhe diz que depois falariam e sai da sala, neste momento ele sofre um ataque do coração e morre ali mesmo diante de todos.
Fábian é o escolhido para falar no enterro representando o banco, depois ele está sentando num banco no parque e chega um senhor cego (Federico Luppi) que ele reconhece como um escritor famoso e começam a conversar. A partir destes fatos Fábian começa a questionar sua vida, se é feliz, se é o que sonhou ser. Sua vida em casa é fria, todos são distantes, reúnem-se à mesa, mas mal falam uns com os outros e estão sempre apressados.
No consultório Mariela é confrontada por uma paciente (Mabel Rivera) o que a acorda para sua vida também. Então ela propõe ao marido fazerem uma viagem juntos para a Europa.
Fábian não irá, pois ele acaba de conhecer Alícia (Antonella Costa) uma escultora por quem irá se apaixonar perdidamente a ponto de se tornar obcessivo. Já Alícia em momento algum se apaixonou por ele, mas em troca do cheque pelo quadro diz que lhe deu sexo, o que pode ter um preço alto a pagar.
O final é inesperado, mas nada que fuja ao humano quando temos emoções e da loucura que muitas vezes a vida produz em nós. Eu fico me perguntando, independentemente do final, se um momento não pode valer muito mais do que uma vida inteira que é vivida mecanicamente e sob controle, como aquele momento que vemos logo no início do filme. Por outro lado, podemos ficar presos a estes momentos e impossibilitados de seguir em frente e viver intensamente outras coisas, ou será porque nossa vida não é intensa que ficamos presos?
Jorge Algora nasceu em 1963 em Madrid, Espanha
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