Direção: Jeremy Brock - 2006
Duração: 99 min
Título original: Driving Lessons
Ben (Rupert Grint) vive com seus pais em Londres e é muito retraído. Sua mãe (Laura Linney) é uma imensa sombra sobre ele e extremamente religiosa, ela "devora" o filho mantendo-o preso à ela com chantagens emocionais e se utilizando da religião e Deus. O pai, como normalmente ocorre com uma mulher assim, que visa apenas seu desejo e não o dos outros, é quieto e não consegue intervir, apesar de compreender o filho.
Mas as coisas mudarão quando Ben incentivado pela mãe procura um trabalho e acaba indo trabalhar para Evie (Julie Walters) , uma atriz aposentada que é extrovertida, fala palavrões, adora seu jardim, e vive citando Shakespeare.
Quando Evie decide ir acampar e a mãe de Ben não permite ela apronta, e fingindo engolir a chave do carro acaba forçando o garoto a passar a noite ali. Em seguida ela lhe diz que tem uma doença terminal e que deseja ir a Edimburgo para um recital, talvez o último de sua vida, o que comove Ben que decide levá-la. Para o garoto que foi reprovado na direção ao bater o carro no exame e que tinha aulas com sua mãe, ele de repente se vê ao volante dirigindo em estradas.
Este ato de dirigir o carro é uma perfeita metáfora com o que acontece com sua vida a partir de agora, ou seja, ele começa a tomar a direção dela, o que antes era impedido pela mãe que a tudo domina e determina.
O filme retrata a passagem da adolescência para a maturidade, o corte com a mãe e a conquista da autonomia. Porém são muitos os que nunca conseguem dar este passo e ficam para sempre presos na culpa, na chantagem, e sem a luz do sol encoberto pela sombra da mãe. É necessário coragem para romper, o que não significa não amar a mãe. Ben rompe, mas ele está lá ao lado dela no hospital, mesmo magoado com o fato dela ter deixado seu pai por outro homem e colocar isto como uma decisão de Deus, o que é um absurdo mínimo.
Ao final é bonito ver o reencontro de Ben com o pai e poder ouvi-lo dizer que não era um covarde, mas ele tem valores que tentou manter, mas apesar disto ele também soube romper, uma vez que a decisão do divórcio partiu dele.
Jeremy Brock nasceu em 1959 em Bruxelas, Bélgica.
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