Direção: Jem Cohen - 2013
Duração: 107 min
Título Original: Museum Hours
Um filme diferente que mexe com nossa forma de olhar o mundo e a arte. Logo no início vemos um guarda , Johann (Bobby Summer) do museu de Viena - Kunsthistorisches Museum - sentado olhando, atrás dele uma imensa porta e na frente uma sala com quadros e pessoas olhando as obras.
O foco do filme é como a arte se relaciona com o mundo externo e nós com ambos. Ao olhar um quadro de Bruegel a curadora levanta a questão do que nós vemos e do que o pintor representou ali que pode ser algo totalmente diferente, e isto mostra que a arte vive e continua se expressando e de diversas formas, ela não é estática, não permanece no tempo. De certa forma há obras que nunca saberemos compreender o que foi dito ali, mas apenas interpretar através do que nós conhecemos.
O interessante é que o filme nos mostra a Viena atual, e não aquela bela cidade histórica, mas uma Viena do dia a dia, no inverno, com seus vendedores ambulantes que vendem produtos usados nas ruas, com placas de propagandas em frente aos seus mais belos monumentos e prédios, como uma propaganda da Coca Cola em frente à Catedral, tudo está ali, misturado. Prédios, ruas, que ainda guardam a memória, mas também convivem com o mundo atual.
Mas longe de ser um documentário, pois chega ali Anne (Mary Margaret O'Hara) que veio de Montreal e se torna amiga do guarda do Museu. Ela veio porque sua prima está no hospital em coma. Não tem muito dinheiro, e os dois conseguem andar por Viena e conhecê-la sem gastar muito, o que ao meu ver acaba mostrando muito mais o que é a cidade do que se ela se ativesse apenas aos pontos turísticos.
As impressões sobre as obras de Johann são interessantes, mas o melhor é sua observação das pessoas que frequentam o museu, é um olhar sobre o outro que nos diz muito.
Um filme diferente, híbrido de ficção com documentário, excelente.
Jem Cohen nasceu em 1962 em Kabul no Afeganistão.
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