quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

FILME - MELANCOLIA - 2011


Direção: Lars Von Trier - 2011
Duração: 130 min
Título original: Melancholia 
País: Dinamarca 

Kirsten Dunst ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes de 2011 e o filme ganhou o prêmio de melhor filme Europeu de 2011 nos Prêmios do Cinema Europeu. 

Inspirado num episódio depressivo do diretor Lars Von Trier. 


Comecei a assistir ao filme e me veio a sensação de algo parado, chato, um tédio, e foi quando tive a percepção que eu estava assim devido a força deste filme, ou seja, me sentindo "melancólica". 

Duas irmãs, Justine(Charlotte Gainsbourg) e Claire (Kirsten Dunst) , e de imediato me lembrei da Justine de Sade. O Prelúdio - Tristão e Isolda de Wagner, cenas em câmara lenta, imensamente lento. Começa a primeira parte - Justine. É seu casamento, uma limusine imensa que não consegue fazer as curvas da estrada que leva à mansão onde os convidados esperam para a festa. 
Permito-me o pensamento de que não conseguir fazer curvas numa estrada é como parar na vida que é repleta de curvas, e você fica ali, tentando, vai para frente, vai para trás, tenta virar um pouco, e não sai do lugar. 
Um casamento e uma festa luxuosa, que o cunhado pagou e fica a todo instante relembrando isto ao mesmo tempo que elogia seu campo de golfe. Um chefe que mesmo no dia da festa só pensa em trabalho, um pai que erra seu nome, a chama de Bety como a todas as outras e não a escuta e lhe pergunta; você está feliz? Uma mãe que não aprecia nada ali e tem horror a casamentos e uma irmã que não desgruda, chamando-a, orientando-a, lendo o cerimonial e Justine oscila entre o sorris e o apagar. 
Que teatro! ela escapa a todo instante, volta com um sorriso forçado, mas ninguém repara. Ela chega a ir tomar um banho durante a festa, talvez para tirar tudo isto, esta pele falsa.


O casamento se desfez ali mesmo. Ao chefe ela fala o que pensa dele, talvez o único momento que ela reage, e ele vai embora furioso. Assistimos a entrada na depressão de Justine.
Segunda parte - Claire. Casada com um milionário - John (Kiefer Sutherland)  que se acha um cientista. Tem um filho. Um planeta se aproxima em rota de colisão com a terra e Claire está apavorada, mas seu marido a acalma. Justine piora e vai para a casa da irmã. Sua comida preferida tem gosto de cinzas, ela não quer tomar banho, está sempre cansada, perdeu o gosto pela vida. 
Claire acompanha pela internet os movimentos do planeta, chega a comprar um veneno para suicídio. Justine parece melhorar, mas não readquire o sabor da vida e Melancolia se aproxima. 
Não há mais colorido, imaginação, a vida é má, para que viver diz Justine. Ela se banha na luz de Melancolia. 
Quando o marido nota que o planeta vai colidir ele se mata, Claire se desespera, luta, tenta fugir com o filho, mas percebe que não adianta. Justine aceita e espera, mas é neste momento que ela surpreende, pois é quem tem a imaginação da caverna mágica que constrói junto com o sobrinho onde os três se juntarão de mãos dadas.




Lars Von Trier nasceu em 1956 em Kongens Lyngby na Dinamarca. É um dos principais cineastas atuais, e seus filmes falam da angústia e depressão, do sofrimento humano, do medo da morte. Talvez um dos motivos deste lado depressivo seja pelo fato de sua mãe ter revelado em seu leito de morte que seu pai não era quem ele pensava, mas outro retirando-lhe desta forma suas referências.


Música - Tristan und Isolde - Richard Wagner 

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