Roland, Paul. M. Books do Brasil. 2013
Tradução: Marisa Rocha Motta
208 páginas
Roland inicia seu livro nos falando do porque de escrever novamente sobre algo que já foi muito estudado, divulgado através de livros e filmes, mas concordo plenamente com ele, é preciso estar sempre relembrando o que foi todo este horror uma vez que ainda nos dias atuais temos pessoas que acreditam nesta ideologia e inclusive negam o holocausto como se fosse uma mentira dos aliados. E temos os neonazistas que continuam com o antissemitismo e considerando Hitler um herói. Os líderes do nazismo "assumiram um status quase mítico nas mentes daqueles que não passaram pela experiência da guerra ou os horrores dos campos de concentração. Existe um perigo real que nas próximas gerações, eles seja reduzidos a vilões bidimensionais, não mais reais do que as sinistras caricaturas da SS nos filmes de Indiana Jones" escreve Roland.
O livro reconta os julgamentos dos principais líderes que foram apanhados, seu comportamento, sua defesa, as acusações e os veredictos. Dr. Gilbert que foi o psicólogo que atendeu aos prisioneiros fala sobre suas impressões e da atitude e reação dos acusados. Há relatos de testemunhas, e uma das coisas mais chocantes que eu vi até o momento, e já vi muitas fotos e relatos sobre o assunto, mas isto eu ainda não sabia, que é o uso de uma cabeça humana de um assassinado no campo como peso de papel na mesa de Ilse Koch, mulher do primeiro comandante de Buchenwald.
Há também os relatos sobre o trabalho forçado, escravo utilizado na época da Segunda Guerra por grandes empresas, feito por prisioneiros capturados em países sob ocupação e pelos judeus. As condições destes escravos não era melhor do que a dos judeus, exceto que ao invés de ir para uma câmara de gás, morriam de exaustão, fome, doenças.
O livro ainda trás um breve relato dos outros julgamentos, como os dos médicos, juízes e colaboradores menores na hierarquia. Hitler, Goebbels e Himmler se suicidaram, mas Göring foi capturado, julgado e condenado à morte. É inacreditável o que faz uma ideologia levando-os a acreditar piamente que estavam corretos e com isto não sentir culpa ou arrependimento.
A indignação dos líderes condenados a morte foi unicamente pelo fato de ser por enforcamento, o que foi considerado desonroso. Se consideravam mártires.
É realmente preocupante, pois ali foram julgados seres humanos, que também tinham seu lado bom, era bons pais, bons maridos e amavam sua pátria, e mesmo assim, houve toda esta crueldade, bestialidade e frieza nestes mesmos seres que não se incomodavam com a dor e o sofrimento dos que consideravam não humanos, uma raça inferior, desprezíveis. Há depoimentos onde se diz que o que fizeram era necessário, precisavam fazer isto para limpar a Alemanha e a Europa ocupada.
Os julgamentos de Nuremberg começaram em 20 de novembro de 1945 e terminaram em 13 de abril de 1949.
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