Direção: Lewis Gilbert - 1989
Duração: 104 min
Há muito tempo desejava assistir, então hoje escolhi este filme.
Shirley (Pauline Collins) é uma dona de casa que passa seus dias cuidando do lar, vai ao mercado, limpa, cozinha, cuida do cachorro da vizinha, está sempre muito só e conversa com a parede, lembrando os tempos em que era Shirley Valentine e tinha muitos sonhos que foram se perdendo na vida. Seu marido Joe (Bernard Hill) também já não é o mesmo, perdeu toda sua alegria e agora é um chato, que chega em casa e quer tudo pronto, sendo que tem um cardápio definido para cada dia e não aceita mudanças. Ele acha Shirley uma tola que conversa com paredes. Seus filhos estão grandes e saíram de casa.
Um dia ela recebe um convite de sua amiga feminista Jane (Alison Steadman) para acompanha-la à Grécia. Shirley sempre sonhou em viajar, desejava ser aeromoça, o que acredita que sua principal inimiga do colégio se tornou. Inicialmente ela diz que não pode ir, mas Jane a incentiva defendendo seu direito à liberdade. Levando em conta alguns acontecimentos como seu marido lhe empurrando o prato de comida em cima dela por não ser o cardápio do dia, e com a volta de sua filha que a trata como a uma empregada e quando ela lhe conta que vai para a Grécia acho isto um total absurdo, ela vai.
Lá ela conhece Costas (Tom Conti) com quem tem um caso amoroso. Sua amiga Jane havia arrumado um namorado no avião e ficou com ele por uns dias, mas acaba de voltar e acha um absurdo o comportamento de Shirley.
Estamos diante de um quadro bem comum,infelizmente, onde uma mulher se transforma na empregada de todos, não tem desejos, não tem vontade própria, não pode sonhar. Tem que fazer exatamente aquilo que esperam que ela faça e não o que ela quer fazer. Mas Shirley aprende que a vida passa, e se não for para usá-la para aquilo que desejamos, então para que serve viver? Viver não é atender ao desejo do outro.
Até mesmo sua amiga Jane, quando se trata dela, tudo bem, ela vai com o namorado, mas assim que volta não aceita que Shirley também tenha arrumado alguém e que vai deixá-la por sua vez sozinha. Todos esperam que ela esteja a disposição deles. Um egoísmo tremendo. Somente seu filho a compreende. E ela pensa: quem vai sentir minha falta? Sentirão sim, na hora de fazer coisas, mas não da pessoa, do ser humano que também ama, sofre, ri, chora, e principalmente, deseja.
O que Shirley sente e se questiona é algo comum a todos nós, mas a coragem de mudar, de viver, de fazer algo é algo que poucos tem, e ela teve.
Além disto o filme vale pelas belas imagens da Grécia, o por do sol maravilho e o azul do mar, além de suas casa brancas.
Lewis Gilbert nasceu em 1920 em Londres, Inglaterra
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