quarta-feira, 13 de agosto de 2014

FILME: VICKY CRISTINA BARCELONA - 2008


Direção: Woody Allen - 2008
Duração: 96 min

Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) são duas amigas íntimas americanas que viajam para Barcelona para passar três meses de férias em casa de amigos de Vicky. Apesar do forte elo de amizade elas tem visões opostas sobre a vida e o amor. Vicky estuda a cultura catalã para seu mestrado e Cristina busca algo na vida, ela só sabe o que não quer. Enquanto Vicky está prestes a se casar, Cristina busca o amor e acaba de rodar um curta sobre como é difícil definir o amor. 

Numa exposição de pintura elas avistam o pintor Juan Antonio (Javier Barden) e Cristina o acha interessante. Logo ficam sabendo que ele acaba se se separar de sua mulher Maria Elena (Penélope Cruz) de forma meio violenta, ela tentou matá-lo. Mais tarde reencontram o pintor num restaurante que as convida para um fim de semana em Oviedo. Cristina se empolga de imediato, mas Vicky tenta ser racional, principalmente depois que ele inclui no convite fazer amor, mas acaba indo. A partir deste momento muitas coisas acontecerão que irão mudar estas férias e farão as duas pensar muito sobre a vida e sobre o que desejam. 

Vemos várias pessoas que tem uma vida boa, com possibilidades de viagens, prazeres, luxo, belas casas, decorações bonitas, lugares belíssimos, e ainda assim a cada uma delas falta algo. Também percebemos a questão da sexualidade, o convite inicial do pintor que inclui sexo com as duas, a amiga de Vicky que tem um amante, mas tem medo de se separar, o pai de Juan Antonio que confessa que ainda tem sonhos eróticos com a ex-mulher do filho, e por aí vai. 

Fica notório a diferença entre a América e a Espanha, e nos parece bem mais saboroso, mais quente, mais viva a Espanha, pelo menos foi o que eu senti, uma vez que entre uma vida cheia de normas, enquadrada, com casas bonitas com quadras de tênis, computadores, tecnologia e uma vida com a música que toca o corpo, vinho, belezas naturais, pintura, e casas diga-se de passagem, maravilhosas, as ruas alegres e coloridas, é claro que o filme nos passa uma Espanha bem mais colorida do que a América. Mas mesmo assim as pessoas que ali vivem estão em busca de algo que Vicky descobre também sentir. 

No fundo o que eles não sabem é viver com a falta, e isto aparece quando Maria Elena diz que ama Juan Antonio e esta a ela, mas não conseguem viver juntos porque falta algo para o equilíbrio do amor e considera Cristina como este algo. Tamponando a falta tudo funciona. Será? será que Cristina conseguirá ser a falta do outro? e ela mesma? suas faltas? 

Juan Antonio não consegue lidar com a perda, de certa maneira ele está enroscado na relação neurótica com Maria Elena, ela é impulsiva, passa ao ato de imediato, não consegue parar para pensar ou analisar algo,e ele se considera o elo entre ela e o real. Mas sem ela quem se perde é ele, precisa de alguém com ele. 

Um filme muito bom, que propõe muitas interpretações, a cada um sua maneira de ver o filme e o compreender e sentir. 

Woody Allen 

BELÍSSIMA TRILHA SONORA 


Giulia y los Tellarini - Barcelona

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