Direção: Marion Vernoux
Duração: 94 min
Título original: Les beaux jours
Baseado no livro Une jeune fille aux cheveux blancs (Uma jovem mulher de cabelos brancos) de Fanny Chesnel
Dunquerque - França. Caroline (Fanny Ardant) se aposenta aos 60 anos logo após perder uma de suas melhores amigas. Fica meio perdida, não sabe o que fazer de seu tempo. Pensa em várias coisas que desejaria fazer, mas não o faz. Então suas filhas lhe oferecem de presente para participar de um clube - Les Beaux Jours, que se ocupa de pessoas de meia idade com cursos, aulas, palestras, teatro. É lá que ela conhecerá Julien (Laurent Laffite) que é um professor de informática e acabará tendo um caso com ele o que renovará sua vida, dando mais prazer ao seu cotidiano.
Caroline é casada com Philippe (Patrick Chesnais) e apesar de se darem muito bem é um casamento que já enfrenta os anos de convivência. Suas filhas se preocupam com a mãe lhe impondo coisas para fazer através de sugestões e o clube. Porém Julien que tem a idade de suas filhas lhe oferece muito mais neste momento de sua vida.
Não há julgamentos morais, Julien quer uma aventura, Caroline precisa de algo que mude sua vida, e Philippe terá que rever também sua vida e seu relacionamento com a mulher. O filme retrata o desgaste da relação conjugal, a busca de algo novo quando já se passou para uma idade onde muitos desistem e não acreditam mais ser possível uma paixão, uma aventura, fazer coisas novas e diferentes.
É notório a forma como os professores e instrutores do clube, todos jovens, tratam aos que são mais velhos como eles como se falassem com crianças ao invés de se dirigir a um adulto que já viveu muito mais do que eles. Há uma visão da cultura sobre a velhice que precisa ser contestada. Os participantes do clube, homens e mulheres querem encontrar formas de combater a solidão e o tédio, não precisam ser ensinados como se fossem crianças. Caroline o percebe e o diz, mas continua indo lá por causa de Julien, mas não se deixa levar por esta forma de ver o mundo.
Caroline irá demonstrar em seu corpo, no sorriso, sua alegria e felicidade após conhecer Julien. Ela terá outro olhar, outra maneira de olhar o mundo e o que tem pela frente ainda. A vida não se encerra na aposentadoria, e o exemplo vivo disto é quando encontra uma mulher no aeroporto que diz que ela é jovem, e ela retruca dizendo que tem 60 anos, e a outra responde que tem 84 anos, e ainda quer ir para a Islândia.
Pessoalmente me emocionei com a cena onde Caroline está sentada num banco tendo uma filha de cada lado, e ela se destaca ali, é uma bela mulher, cheia de vida, tem muito mais força e presença do que as filhas, que são jovens e sendo que uma delas não aceita muito bem esta mãe sexuada e que buscar algo novo para si.
Vale a pena assistir, um belo filme que nos mostra que a vida sempre tem algo a nos oferecer se estivermos dispostos a arriscar e mudar algo.
Fanny Ardant é viúva do cineasta François Truffaut
Marion Vernoux nasceu em 1966 na França.
Shopie Hunger - Le vent nous portera
Trilha sonora de Quentin Sirjacq
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