Direção: Camille Guichard -
Duração: 52 min
País de Origem: França
Louise Bourgeois nasceu em Paris em 1911, mas viveu em Nova Yorque a partir de 1938. É reconhecida internacionalmente por seu trabalho de escultas nos anos 70.
Sou fã desta escultora. Sua obra traduz o feminino, a infância, a sexualidade. O documentário sob forma de entrevista com ela nos fala de seu percurso e de como cada obra se constituiu para ela, qual a essência de cada uma e é justamente nisto que vemos vir a tona o feminino.
Sua infância foi dolorosa em função de ter um pai que era infiel a sua mãe chegando a levar suas amantes a viver com a família como preceptora das crianças. Ela nos relata também de forma bem freudiana, ela leu os livros de Freud, a castração da menina no complexo de Édipo. Seu pai descascava uma laranja com as mãos e ao retirar a casca por completo e segurá-la aberta nas mãos fica um formato de corpo de uma mulher com um pênis. Bourgeois se considerada desconstruída por seu pai e sua obra o reflete. Ela nos diz que o presente destrói o passado e é muito difícil recriá-lo. Seus traumas de infância são inseparáveis de sua obra, não há como não associá-los. É através da arte que ela passa do passivo da infância como vítima para o ativo reparador, realizando um trabalho de recriação de seu passado. As ameaças que sentimos não podemos mudar, mas sempre é possível negociar com elas.
Trabalhando com vários materiais, Bourgeois faz esta reconstrução pela arte, suas figuras são deformadas ou mutiladas, as angústias viram totens, ela revive as emoções da mulher, do feminino.
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