Walser, Robert. Companhia das Letras, 2011
Tradução: Sergio Tellaroli
148 páginas
Jakob Von Gunten entra para o Instituto Benjamenta que forma pessoas para servir e esperar. O que estaria fazendo ali um filho de nobres? O que teria levado Jakob a fazer esta escolha?
O livro não é de fácil resenha, pelo contrário, cria desconforto ao mesmo tempo que é brilhante, mas como todo diário e toda vida não apresenta um final, mas fragmentos, deixa pistas, porém nada nos garante que será assim.
Um mistura de autobiografia e ficção, uma vez que ao me informar sobre a vida do autor vê-se que ele se coloca no lugar de Jakob em alguns momentos e talvez em outros apresente o que desejou, o que temia, o que percebia. Walser termina sua vida num Instituto Psiquiátrico. E aí eu retomo o que sempre digo, os chamados loucos estariam mais próximos do real do que os que se consideram normais? E talvez por isto não consigam lidar com isto, e escrevam, delirem, criem mundos à parte.
Há descrições neste diário do mundo que se perde sem viver por querer atender ao que todos esperam dos outros, por estarem baseados em aparência, sucesso, a suposta felicidade. Jakob estaria fugindo disto? ao buscar uma formação que o transformasse num criado? que saberia servir e sempre esperar, ter paciência, mas ao mesmo tempo se desenvolver interiormente? Não há respostas no livro, mas nos leva a refletir e muito sobre o mundo em que vivemos e sobre o que buscamos.
Wasel era o escritor preferido de Kafka, também apreciado por Elias Canetti, Walter Benjamin, aliás, assim que li Benjamenta, me veio Benjamin, mas em momento algum há algo que confirme isto.
Robert Walser nasceu em 1878 em Bienna na Suíça e faleceu em 1956 em Herisau - Suíça. Apesar de apreciado por grandes nomes da Literatura como Kafka ,Canetti, Walter Benjamin, Robert Musil entre outros ele mesmo não foi reconhecido. Foi internado numa clínica psiquiátrica e foi encontrado morto na neve no dia de Natal em 1956. Hoje é reconhecido como um dos escritores mais importantes do século XX.
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