Direção: Gustavo Tarreto - 2011
Duração: 95 min
Roteiro: Gustavo Tarreto
País: Argentina
O mundo de hoje, onde possuímos de tudo para nos comunicar eficazmente e mais rápido, mas o que temos é uma solidão imensa, principalmente nas grandes cidades, onde tudo colabora para isolar as pessoas, a arquitetura, a tecnologia, as redes sociais que sou tentada a chamar de (des)sociais, pois afastam as pessoas do contato frente a frente, do toque, do olho no olho, do calor humano. As vezes observo as crianças nas férias, elas não sabem o que fazer, e penso no meu tempo, onde férias eram fériaaaassss! que alegria.
Me lembra 1984, mas aqui o grande irmão é a mídia, o consumo, o dinheiro. Uma matrix que foi construída assim e onde vivemos sem questionar por que consumimos tanto, por que estamos sempre tão sós, e por que sentimos este vazio dentro de nós. Perdemos a capacidade de nos comunicar? de falar com o outro? Quantas vezes nos vemos sem ter com quem falar, e ao nosso redor, milhares de pessoas.
No filme temos um homem Martin (Javier Drolas) e uma mulher Mariana (Pilar López de Ayala) , ambos moram próximos, se cruzam constantemente em locais, como locadoras, na rua, mas nunca se notam. Ambos são sós. Para quem já procurou o Wally nos livros, vai ver que ela está procurando Waly, mas não o vê, leva muito tempo para o ver.
A linguagem se reduz, passamos a usar códigos e letras, mais fáceis e rápidos nas mensagens virtuais. O prédios tem medianeras, ou seja, aquele espaço onde não se pode abrir uma janela porque tem outro prédio ali ao lado, e então se usa este espaço para outdoors, estimulando mais consumo. Hoje quase que não precisamos mais de vendedores, são as pessoas que querem muito comprar, para suprir faltas, vazios, e dar impressão de sucesso e felicidade. Se tiver o produto, não precisa de nada para o consumidor o leve. Até o sexo é assim, não é mais um desejo, uma pulsão. Ele deve ocorrer, é o que se espera. Tomar remédios para acabar com esta tristeza, solidão e o que chamam de depressão, mas que não é. Ou então, como no filme, fazer o que o cachorro fez, simplesmente se suicidar. Ou, encontrar Wally na multidão.
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