Balzac, Honoré de.Companhia das Letras, 2013
Tradução: Eduardo Brandão
88 Páginas
Este livro acompanha Os Enamoramentos de Javier Marías.
MORTOS QUE REVIVEM
Li o livro como complemento ao livro de Javier Marías "Os Enamoramentos", mas vale ser lido por ele mesmo. É uma brilhante percepção do medo que temos que os mortos revivam, voltem e nos atormentem, só que no livro, o morto não estava morto, foi considerado morto e com isto a vida de todos que faziam parte do mundo do morto se altera após a passagem do luto, seguindo seu curso, o que normalmente acontece com todos que perdem alguém.
Mas, o coronel retorna e está vivo, só que retorna para um mundo onde ele não existe mais, está morto para os outros e para a lei. Aí começa seu drama, a tentativa de voltar à vida, e tudo que terá que enfrentar para isto. Por outro lado, há o choque nos que o consideravam morto, que ao se deparar com o "fantasma" que retorna, não gostam disto.
É uma situação que pode ser real como a descrita no livro, mas também pode ser lida como uma metáfora sobre o medo que temos dos mortos que podem voltar e atrapalhar nossa vida, interferir, e mudar o que já está novamente ordenado, e justamente por isto, cumprimos os rituais para deixá-los onde estão e em paz, e como no livro, tudo se fará para mantê-los em seu lugar, o sepulcro.
Honoré de Balzac nasceu em 1799 em Tours, França e faleceu em 1850 em Paris. Um dos maiores escritores da literatura, tem uma aguda percepção psicológica. Escreveu a Comédia Humana que consiste em 95 romances.
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