Ondaatje, Michael. Companhia das Letras, 2000
Tradução: Paulo Henriques Britto
352 páginas.
DUAS CULTURAS EM SI
Terminei de ler o Livro Bandeiras Pálidas de Michael Ondaatje. Inicialmente me decepcionei por um fator pessoal. Esperava mais do livro no sentido de um reencontro com sua identidade conforme é dito na resenha do livro. Anil realmente mergulha na cultura de sua infância, porém o tempo todo sente-se a dificuldade que ela tem em compreender aquela guerra civil e como as pessoas agem.
Ela relembra e revive momentos de sua infância, mas não consegue se libertar de sua formação acadêmica e da busca da verdade, mesmo que esta verdade possa causar um caos. É o pensamento científico que domina.Ela quer provar que encontrou algo que possa ser usado contra o governo e seus crimes, mas ela não está nem em Londres nem nos Estados Unidos, e sim no Sri Lanka, e lá isto não é o desejado, e a insistência disto provoca mais mortes.
É aí que me decepciono com a resenha, uma vez que ela é incapaz de perceber a diferença entre sua formação no exterior e o que é a cultura e a vivência naquele país onde nasceu. Além disto há a questão do nome dela, que não é o seu de infância, o que demonstra que ela já não aceitava muito bem quem era desde pequena, desejando o nome do irmão, e com isto um lugar masculino.
Ela tem dificuldades em relacionamentos, e tem crises de fúria, defendendo sua independência, mas com isto não considerando o outro.
Há uma grande diferença num mundo que está em guerra para aquele que não está, e me parece que ela tem dificuldade em perceber isto, uma vez que insiste na verdade, mesmo que isto traga consequências trágicas.
Michael Ondaatje nasceu em 1943 em Colombo, Sri Lanka, e se naturalizou canadense em 1962.
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