Duração: 107 min
Título Original: My Old Lady
Um filme que inicialmente tende para uma comédia, mas que no seu desenrolar nos revela um drama, o romance familiar e seus traumas.
Mathias Gold (Kelvin Kline) vai para Paris após a morte de seu pai que lhe deixou como única herança alguns livros clássicos, o relógio e um apartamento localizado no centro da capital francesa. Ele está falido e isto lhe permitirá recomeçar sua vida, tem a intenção de vender o apartamento. O que ele não esperava é que no apartamento vivem duas mulheres, Mathilde Girard (Maggie Smith), uma senhora de 90 anos e sua filha Chloé ( Kristin Scott Thomas) e que ele não pode tirá-las de lá uma vez que seu pai comprou o apartamento segundo um sistema francês que o fará proprietário do apartamento somente após a morte de Mathilde, e pior, ele ainda terá que pagar à ela uma pensão mensal enquanto ela viver. Acuado, sem dinheiro, ele terá que aceitar ficar morando lá e torcendo para que a senhora passe desta para melhor.
Mas o que não esperamos é que esta mulher teve uma ligação com o pai de Mathias durante anos e que até mesmo seu nome é uma homenagem ao nome dela Mathilde. Aos poucos o drama vai se revelando e vemos então os efeitos da infância atuando em Mathias e em Chloé que se apaixonam. Quando os segredos familiares não são revelados eles acabam aparecendo, o retorno do recalcado, e atuam, não rompendo um círculo que se perpetua até ser falado, elaborado e reconstituído. O filme retrata bem o processo.
A força da palavra dita por uma mãe ou um ato praticado que repercute por toda uma vida, a falta do amor, seja ele imaginado ou real, os segredos, o desejo, a eterna repetição que os filhos, netos irão fazer enquanto o recalcado, o escondido, o segredo não vier à tona. A infância que atua no presente.
Um belo filme. E Maggie Smith está brilhante com seus 80 anos.
Israel Horovitz nasceu em 1939 em Wakefield, Massachusetts, EUA.
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